Blog


19/04/2021 - Consciência Sistêmica

Escolha, consequência e destino I

Por: Dr Fernando de Freitas


PROBABILIDADES

O mundo é um campo de probabilidades infinito, e quem impõe limites é a sua consciência. Esse campo tem muitas opções e cabe a você tomar a decisão de ter coragem para fazer escolhas. Entretanto, fazer essas escolhas é uma tarefa desafiadora, visto que o que irão defini-las é seu estado de consciência e a capacidade de reconhecimento do que é bom para você, ou seja, ter sabedoria para a tomada de decisão.

SAUDÁVEL

O que seria considerado saudável para atuar nesse mundo de possibilidades? Acredito que agora, nestas alturas do campeonato, você já saiba, certo? Se não, eu vou repetir. Gosto muito disso, essa para mim é a garantia que você vai aprender. E nesse curso quero transformar vocês em guerreiros da consciência sistêmica.

Para ser saudável, o indivíduo precisa atuar no mundo com sua função adulta ativada, agir mediante seu Self, sua essência, assim, enquanto caminha para a vida, age com inocência e prazer. O adulto sempre tem coragem para buscar coisas novas, e se embrenha pela vida no sentido de aventura, com a consciência do conceito de segurança. O adulto busca o novo.

DOENTIO

No estado doentio, o indivíduo é infantil, atua na vida entre polaridades - ou é certo ou errado - vive no excesso ou na falta, não tem outras opções. Age a partir do ego, usando vários personagens. Sua existência é baseada numa segurança externa, na mãe, no pai, no marido, na esposa, isso porque o medo tem atuação permanente. Vive com foco no problema e utiliza o triângulo dramático como forma de se relacionar (vítima, salvador, acusador). Sobrevive, cria histórias para explicar tudo, porque no fundo está totalmente preso em algum nível sistêmico.

Todos têm medo, trata-se de uma condição de autopreservação, pois o medo nos impede de cometer atrocidades em nossa vida. Entretanto, devemos ter domínio sobre esse sentimento. Carlos Castaneda, dizia que existe uma resposta muito simples sobre o que devemos fazer para vencer o medo: para ele, não devemos fugir e sim, desafiar o medo. Devemos dar o passo seguinte na aprendizagem, e o seguinte, e o seguinte. Não devemos parar. Vai com medo mesmo, mas vai.

ESCOLHAS

Como mencionei no início da aula, se o mundo é um ambiente de múltiplas probabilidades, precisamos ter referenciais de escolhas. Entretanto, eles podem ser saudáveis ou doentios, porque estão diretamente relacionados com a nossa percepção da realidade, com os nossos objetivos, com aquilo que queremos para nossa vida.

Adultos sabem trabalhar com a culpa. Eu gosto de frisar que sempre somos culpados de alguma coisa. Nesse sentido, é fundamental compreender que somos diferentes, e isso pode incomodar aqueles que não pensam como nós. E nesse contexto, o outro, muitas vezes, precisa nos destruir para que o modelo que ele possui possa se manter. Sempre tentamos destruir o novo.

Existe a culpa saudável. Froyd, em seu texto, “Culpa e Reparação”, explica que todos temos que ter culpa. Se eu fiz algo errado, tenho que sentir culpa, mas também tenho o compromisso de reparar aquilo que fiz, simples assim. Então, podemos reparar nossos erros, assim como aceitar as reparações dos erros dos outros, isso é ser adulto perante a culpa. Porque senão, ficamos em débito, é o que pode ser definido como culpa doentia, que nunca tem reparação. Concorda que isso nos coloca em uma prisão? Se não perdoo alguém, para ficar atribuindo a ele uma responsabilidade, isso é um jogo de poder.

A dor e o sofrimento são elementos interessantes, que influenciam em nossas escolhas. Já expliquei que a dor, para qualquer um, é muito forte, então, para não entrar em contato com ela, criamos o sofrimento, problemas secundários, que possuem a finalidade de esconder a dor principal.

Num trabalho sistêmico, o objetivo é encontrar essa dor. O cliente traz os problemas, mas eles existem para esconder a dor principal, o problema original. O terapeuta precisa identificar e trabalhar a dor principal e não ficar preso ao sofrimento. Ele consegue fazer isso observando o corpo e o trabalho sistêmico, analisando o subjetivo, o que não é dito.

É preciso ter consciência e diferenciar o que é mente do que é coração. Essa dissociação é fundamental para fazer as análises terapêuticas, no caso, fazer escolhas assertivas.





Instagram

Facebook

YouTube