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20/04/2021 - Consciência Sistêmica

Escolha, consequência e destino II

Por: Dr Fernando de Freitas


ESCOLHAS


Adultos sabem trabalhar com a culpa. Eu gosto de frisar que sempre somos culpados de alguma coisa. Nesse sentido, é fundamental compreender que somos diferentes, e isso pode incomodar aqueles que não pensam como nós. E nesse contexto, o outro, muitas vezes, precisa nos destruir para que o modelo que ele possui possa se manter. Sempre tentamos destruir o novo.


Existe a culpa saudável. Froyd, em seu texto, “Culpa e Reparação”, explica que todos temos que ter culpa. Se eu fiz algo errado, tenho que sentir culpa, mas também tenho o compromisso de reparar aquilo que fiz, simples assim. Então, podemos reparar nossos erros, assim como aceitar as reparações dos erros dos outros, isso é ser adulto perante a culpa. Porque senão, ficamos em débito, é o que pode ser definido como culpa doentia, que nunca tem reparação. Concorda que isso nos coloca em uma prisão? Se não perdoo alguém, para ficar atribuindo a ele uma responsabilidade, isso é um jogo de poder.

A dor e o sofrimento são elementos interessantes, que influenciam em nossas escolhas. Já expliquei que a dor, para qualquer um, é muito forte, então, para não entrar em contato com ela, criamos o sofrimento, problemas secundários, que possuem a finalidade de esconder a dor principal.

Num trabalho sistêmico, o objetivo é encontrar essa dor. O cliente traz os problemas, mas eles existem para esconder a dor principal, o problema original. O terapeuta precisa identificar e trabalhar a dor principal e não ficar preso ao sofrimento. Ele consegue fazer isso observando o corpo e o trabalho sistêmico, analisando o subjetivo, o que não é dito.

É preciso ter consciência e diferenciar o que é mente do que é coração. Essa dissociação é fundamental para fazer as análises terapêuticas, no caso, fazer escolhas assertivas.

RESISTÊNCIA

Na resistência, o que está conversando com você, é a mente do cliente, não o Self. Existem jogos de poder, e o triângulo dramático está sempre atuante. O cliente é infantil, segue um script, fala sempre a mesma coisa. Lembre-se: essa pessoa está presa na vida, não tem entendimento, não tem algo novo. E se o terapeuta perceber bem, o cliente está sempre fazendo jogos. 

Importante saber que esse comportamento é comum a todos nós, por isso, devemos ter consciência, para sair o mais rápido possível desses jogos, que não servem para nada, a não ser para fugir da realidade.

Destaco também que, na fuga, os indivíduos tendem a criar outras dinâmicas. O terapeuta faz uma pergunta e é remetido a outras situações, totalmente fora do contexto, ou ainda, é inserido em triangulações. Fique atento, se houver desvios de assunto, volte e reconecte. Coloque um tema e observe a reação do cliente. Existe uma reação que, com o tempo, você já identificará como recorrente. Atenção! A resistência é um bússola para descobrir onde está o problema.







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