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15/02/2019 - Sexualidade

Sexualidade Pós-parto

Por: Carla Queiroz


E agora, o que fazer?

Essa semana eu me entreguei. Achei que conseguiria superar sozinha essa fase difícil, mas não estou conseguindo.

Conheci meu marido há 10 anos, namoramos 5 anos, esperamos nos formar e organizamos tudo para nos casarmos de forma tranquila e segura. Depois de comprarmos nosso apartamento juntos decidimos casar. Optamos por não ter filhos logo, para curtir aquela deliciosa fase do casamento. Tudo como planejamos. Nossos amigos nos admiravam por ter conseguido cumprir nossos planos e por sermos um casal “perfeito”!

Depois de 3 anos, decidimos que estava na hora de ter um filho. Falamos muito desse assunto, curtimos a ideia e quando aconteceu foi delicioso celebrar nosso amor que se materializaria na forma de um filho.

A gestação transcorreu sem problemas. Fiz o pré-natal adequadamente e na medida do possível ele acompanhou tudo. Nem sempre podia estar comigo nas consultas, mas isso nunca foi um problema, afinal ele estava trabalhando para nos garantir uma tranquilidade financeira e segurança.

O parto foi a coisa mais linda do mundo! Ele estava ao meu lado, minha médica prestou toda a assistência e ele nasceu lindo, saudável, desejado e amado.

Os primeiros dias em casa foram tumultuados, acho que essa palavra descreve bem aqueles dias. Muita gente dando opinião, nosso filho consumia praticamente todo meu tempo e eu fui achando que tudo aquilo era normal.

O tempo foi passando e nosso filho foi precisando cada vez menos de mim. Como o tempo voa, né? 

Certo dia eu estava sozinha enquanto ele dormia e comecei a pensar na minha vida. Lembrei de detalhes de nossa história e das inúmeras aventuras que vivemos juntos antes de ter nosso filho. Bateu uma nostalgia, uma saudade daquela fase onde não precisava estar presente o tempo todo e nem me preocupar com tudo. Senti no fundo um grande vazio.

Nossa! Que horror, pensei! Você tem tudo e está se queixando. Pintou uma culpa e depois uma tristeza.

Quando meu marido chegou fui correndo dar um beijo e um abraço nele, pois estava meio carente e percebi que ele estava distante. Pensei que era comigo, ou que era eu que estava diferente. 

Continuei fazendo as coisas normais, mas aquele vazio não melhorava. Nosso filho já está com mais de um ano e me dei conta de que apesar de eu e meu marido nos darmos muito bem, depois que nosso filho nasceu nunca mais namoramos ou tivemos alguma intimidade. Puxa! E eu nem me dei conta disso até agora.

Acho que está passando da hora de retomar minhas coisas de mulher, voltar a fazer ginástica, ir no cabelereiro, sair com minhas amigas e principalmente reconquistar a atenção do meu Homem, do meu Marido e não do Pai do meu filho.

Nossa! Só de pensar nisso já sinto que posso respirar, sorrir e viver.