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18/11/2021 - Consciência Sistêmica

As dinâmicas dos relacionamentos II

Por: Dr Fernando de Freitas


Continuando o artigo anterior, vou explicar quais são as 3 dimensões dos relacionamentos.

INTRAPESSOAL


Na análise sistêmica, o primeiro mundo que cerca o indivíduo é o útero, e nesse lugar, o indivíduo começa a se relacionar com a vida. Podemos dizer que o útero representa a vida. Entretanto, o útero é dinâmico, pois utiliza-se da circulação sanguínea para levar energia ao novo Ser e, dependendo de como isso funcione, ele vai perceber a relação com a vida de diferentes formas.


Por exemplo, se a gravidez da mãe for tranquila, sem atropelos, essa energia vai chegar de forma eficiente, e a relação/interação com esse Ser, será harmônica. Mas se infelizmente houve algum problema, esse fluxo de energia será comprometido e isso irá gerar diferentes interações desse Ser com o útero, e isso certamente influenciará na percepção de mundo que aquele indivíduo vai formar.


O desenvolvimento dentro do útero também desenvolve a noção de limite. No início, tudo é muito livre, sensação de espaço. Quando maior, o feto se movimenta e encosta nas paredes do útero e começa a desenvolver a percepção de limite e também a percepção de si mesmo. Importante destacar que esse limite, já percebido dentro do útero, é favorável para pleno desenvolvimento do Ser.


Na vida, é necessário ter limites, e nós aprendemos isso desde a vida intrauterina. A percepção do indivíduo em relação à vida, inicia a partir dos cuidados que ele recebe dentro do útero. Por esse órgão ele é capaz de receber nutrição, carinho, atenção. Por isso, muitos afirmam que: “o bebê sente tudo quando está na barriga da mãe”. Destaco que, já nesse período, a função de pertencimento já é trazida naturalmente.



INTERPESSOAL


Nos primeiros anos de vida de uma criança, existe uma simbiose entre mãe e filho, porque ela não reconhece ainda que é um ser diferente da mãe. À medida que a criança cresce e começa a ter suas próprias percepções, acontece naturalmente a descoberta da sua individualidade. Porém, se a mãe não tiver uma relação saudável com a sua criança, com seu mundo interior, pode ser que ela transfira algo para o filho e assim altere a função dessa criança/adulto no sistema.


Por exemplo, vou dar para meu filho o que não recebi. Na simbiose, é fundamental que o “adulto mãe”, reconheça a sua própria criança e saiba se amar. É preciso que ela se reconheça como um ser diferente da criança e não projete para o filho a criança dela.



SISTÊMICO


No primeiro momento em que o indivíduo interage com o diferente do estabelecido inicialmente com a mãe, encontramos o sistêmico que nasce com a função paterna. É o mundo externo que se apresenta, é quando o filho (a) aprende que existe o amor diferente.

A função paterna tem o objetivo de apresentar o externo, o ir para a vida, apresenta a noção de que se pode amar e ser amado por seres diferentes. É o reconhecimento disso que permite o desenvolvimento da autonomia, de se enxergar como um ser diferente.


Importante destacar que, esse reconhecimento, também permite compreender o indivíduo como sendo fruto das polaridades pai e mãe, fundamental para a internalização do amor, muito importante para entrar no mundo sistêmico. É quando “Eu” reconheço que o amor está dentro de mim e que posso seguir para outros ciclos de vida. Existe uma conexão da alma com os pais e isso é que dá liberdade, pois a informação é que: “não preciso ficar perto”.


Caso contrário, existe uma conexão de matéria e, nesse contexto, o indivíduo precisa ficar perto, não consegue seguir para a vida.



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